quarta-feira, 1 de maio de 2013

Saúde da Mulher e o glúten

OS MALES OCULTOS DO GLÚTEN NA SAÚDE DA MULHER
Endometriose, ovário policístico, menopausa precoce, infertilidade, aborto espontâneo, menstruação irregular. Você já imaginou que isso pode ter relação com doença celíaca não diagnosticada ou com intolerância ao glúten? Uma plateia de mulheres atentas ouviu a ginecologista e nutróloga Maria Elizabeth Ayoub, Membro da Internacional Hormone Society, contar em palestra no “Congresso Internacional Nutrição Especializada e Expo Sem Glúten”, que seus mais de 20 anos de prática clínica lhe mostraram que distúrbios ginecológicos podem ser os primeiros sintomas de uma mulher com problemas relacionados ao glúten.“Algumas pacientes, após 6 meses de dieta com restrição ao glúten, conseguiram engravidar. A doença celíaca e a intolerância ao glúten devem ser consideradas em pacientes que apresentam problemas ginecológicos”, ressaltou a médica. “Às vezes a paciente tem endometriose e faz uso de anticoncepcional como tratamento sem nem investigar possíveis problemas com glúten, que perturbam os processos endócrinos e hormonais”, explicou.
Maria Elizabeth contou que muitas mulheres não apresentam os sintomas intestinais clássicos dos distúrbios relacionados ao glúten, apesar de sofrerem com a doença, e são muitas vezes diagnosticadas de forma errada. Como a mulher continua a consumir alimentos com glúten, as complicações podem se agravar e seu tempo de vida fértil pode diminuir.
“Menarca tardia (primeira menstruação) e menopausa precoce podem ser sintomas de intolerância ao glúten e doença celíaca não diagnosticada”, afirma. “Essas mulheres ficam também mais predispostas à doenças inflamatórias, e produzem menos estrogênio”, concluiu.
A médica contou que na sua prática profissional vê cada vez mais mulheres com intolerância ao glúten, mas que não são celíacas, ou seja, não apresentam sintomas tão severos ao consumir a proteína. Isso dificulta ainda mais o diagnostico, já que as reações são mais brandas e podem ser associadas a diversos outros fatores. Apesar da intolerância não manifestar na pessoa reações fortes ao consumo do glúten, as complicações devido ao seu consumo não diminuem.
 
Maria Elizabeth Ayoub, ginecologista e nutróloga, Membro da Internacional Hormone Society
 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Tratamento com estrogênio pode combater a infecção urinária

Aumento dos níveis do hormônio podem se tornar opção para reduzir a condição especialmente em mulheres na menopausa.


Pesquisadores da Washington University School of Medicine, nos EUA, descobriram que o hormônio estrogênio pode combater a infecção urinária.
O estudo, realizado com ratos, sugere que tratamentos que aumentam os níveis do hormônio podem se tornar uma opção para reduzir a condição, especialmente, em mulheres na menopausa.
Os níveis de estrogênio caem drasticamente na menopausa, época em que o risco de infecções do trato urinário aumenta significativamente. A nova pesquisa sugere que os dois fenômenos estão ligados por mais do que apenas o tempo de ocorrência.
"Os cientistas testaram o estrogênio como um tratamento para mulheres pós-menopáusicas com infecções do trato urinário na década de 1990, mas os resultados eram ou ambíguos ou negativos. Com o modelo do rato de menopausa que nós criamos, nós pudemos entender mais completamente como os níveis do hormônio afetam a susceptibilidade à infecção, a saúde da bexiga e a resposta inflamatória à infecção. Isso deve apontar o caminho para melhores estratégias de tratamento", afirma a autora sênior Indira Mysorekar.
As infecções urinárias são uma importante causa de doença em muitas mulheres ao longo de suas vidas e são particularmente prevalentes após a menopausa.
Para simular a menopausa em ratos, os cientistas removeram cirurgicamente os ovários. Como as mulheres na menopausa, os ratos não produziram mais estrogênio.
Para descartar a possibilidade de que o estresse da cirurgia afeta o risco de infecções do trato urinário, os pesquisadores realizaram a cirurgia mesmo em outros ratos, mas colocaram os ovários de volta, mantendo a sua capacidade de produzir estrogênio.
Quando os pesquisadores infectaram ambos os grupos de ratos com infecções do trato urinário, aqueles na menopausa tinham níveis mais elevados de bactérias infecciosas em sua urina. A maioria das bactérias veio de células de barreira, que se alinham no interior da bexiga. Estas células são as primeiras a serem infectadas por bactérias.
"Quando as células de barreira são perdidas, eles precisam ser substituídas imediatamente. Nos ratinhos na menopausa, verificou-se que este processo de substituição foi cessado antes de estar completo. Isso deixou as células de barreira expostas, e elas ficaram muito mais vulneráveis à infecção", explica Mysorekar.
Os ratos na menopausa tinham mais reservatórios de bactérias, que são focos de infecção que podem fornecer um lugar para que as bactérias se esconderem durante o tratamento antibiótico. Após interrupção do tratamento, os reservatórios podem propagar novamente a infecção.
Em pesquisas anteriores, Mysorekar tinha identificado um importante regulador do processo de reparação das células da barreira. No novo estudo, ela mostrou que baixos níveis de estrogênio desativam este regulador.
As bexigas dos ratos na menopausa também tinham níveis mais elevados de compostos inflamatórios imunes conhecidos como citocinas.
"As citocinas causaram inflamação que prejudicou a bexiga. É possível que os danos causados pela inflamação aumentem a capacidade das bactérias para quebrar o tecido da bexiga e criar reservatórios da infecção", observa a pesquisadora.
Nos ratinhos de controle, que tinha níveis normais de estrogênio, os níveis de citocinas inflamatórias e danos foram mais baixos. Quando os pesquisadores deram o hormônio aos ratos na menopausa, os níveis de citocinas inflamatórias e danos também diminuíram, assim como reservatórios de bactérias infecciosas.
Segundo os pesquisadores, os novos resultados sugerem que níveis de bactérias por si só não podem fornecer um quadro completo da eficácia do estrogênio contra as infecções. "Se pudermos encontrar maneiras de olhar para outros aspectos do processo infeccioso em humanos, podemos descobrir que o estrogênio é mais útil do que se pensava anteriormente. Temos de olhar para outros indicadores, como as citocinas na urina, para avaliar mais completamente o possível papel do hormônio no tratamento", conclui Mysorekar.
 
Revestimento da bexiga tenta reparar-se após danos decorrentes de uma infecção do trato urinário. Camundongos sem o estrogênio não podem reparar completamente o revestimento
 
Revestimento da bexiga tenta reparar-se após danos decorrentes de uma infecção do trato urinário. Camundongos sem o estrogênio não podem reparar completamente o revestimento
 
        Fonte: www.isaude.net   publicado em 24/01/2013