Cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, chegaram à
conclusão de que dietas com predomínio de alimentos processados causam mau
comportamento e dificuldades de aprendizado em crianças. Os pesquisadores
acreditam que os alimentos com baixo valor nutricional, conhecidos como junk
food , além de não possuir quantidade suficiente de vitaminas, minerais e
gorduras essenciais, reduzem a absorção de nutrientes que melhoram a
concentração. Segundo a pesquisa, milhares de crianças sob medicação para
combater déficit de atenção poderiam apresentar grande melhora somente
modificando a alimentação.
O estudo envolveu mais de 100 crianças inglesas com problemas
de coordenação e mostrou que fornecer gorduras essenciais, como as encontradas
em peixe e sementes, aumenta a capacidade cerebral. A habilidade de aprender e o
comportamento das crianças que receberam suplementação dessas gorduras em suas
dietas melhoraram consideravelmente. Alguns resultados foram registrados apenas
três meses após a suplementação. As crianças receberam diariamente suplementos
ricos em gorduras essenciais omega-3, que são vitais para o desenvolvimento
cerebral, porém foram reduzidas drasticamente da dieta da maioria das pessoas
nas últimas decadas.
Na pesquisa, cerca de 40% das crianças que utilizaram os
suplementos de omega-3 apresentaram uma enorme melhora na capacidade de leitura
e soletrar palavras. Além disso, também houve melhora na concentração e
comportamento. O estudo envolveu 117 crianças com idade entre 5 e 12 anos,
consideradas com capacidade mental normal, porém com dificuldades de aprendizado
e suspeitas de possuírem dispraxia, uma condição que afeta a coordenação. Metade
das crianças recebeu suplementos de omega-3 em cápsulas por três meses e o
restante do grupo teve um tratamento placebo com cápsulas azeite.
As crianças que tomaram omega-3 fizeram progressos comparados a
10 meses em apenas três meses, enquanto as outras não apresentaram mudança
significativa. O mesmo aconteceu quando os grupos foram invertidos. Após três
meses de suplemento, metade das crianças demonstrou uma melhora tão
significativa que puderam ser classificadas como normais, sem os problemas
detectados no início do estudo. Os pesquisadores, coordenados pela médica
Alexandra Richardson, do Departamento de Fisiologia da Universidade de Oxford,
temem que dietas pobres possam prejudicar permanentemente o desenvolvimento
cerebral em crianças.
Fonte: Life Extension
Foundation